Todos os dias eu ouço vários sons, desde os mais tristes e melancólicos
choros solitários até os gritos saltitantes das crianças. Há um ano ouvi além
de uma conversa de banco. Eu ouvi um muro desabando e uma muralha, que se dizia
indestrutível, desmanchada em pequenos pedacinhos, pedaços esses que fizeram
questão de se espelhar mostrando tudo que poderia haver por dentro, desde
aquele outro banco, aquela outra conversa por volta de um ano atrás. Eu ouvi
tudo e me emocionei junto, foi inevitável. Como seria possível alguém aguardar
por um ano inteirinho um reencontro, um acertar de ponteiros? Era só isso o que
ele queria: ouvi-la, saber o que houve realmente, entender o que por tanto
tempo soou inexplicável. Eles haviam vivido uma história juntos e num dia nada
belo ela decidiu que não queria mais escrever aquela história, queria rumos
novos, novos personagens, e disse que aquele capítulo encerrado seria o
epílogo, nada de outro capítulo ou continuações, era o ponto final e ponto.
Mas acontece que a vida não é simplesmente regida pelas nossas opiniões,
eu que vejo tanta coisa acontecer posso afirmar isso. No dia dessa conversa que
vos conto, esses dois protagonistas se encontraram por conta da música, a mesma
que os uniu algum tempo atrás. É incrível o poder dela, e o destino como um
maestro fez questão de colocá-los para conversar depois de um concerto. Nessa
conversa eles consertaram suas histórias e timidamente decidiram voltar a
escrever, de mansinho, com a mesma caneta. Hoje faz um ano que os vi conversar,
em breve fará um ano do recomeço, e continuo aqui, observando novas histórias,
tentando fazer parte de cada uma delas.
Seu olhar sobre essas histórias que mesmo não sendo suas é tão delicado e cuidadoso que sei lá, sei lá....a gente sente ternura.
ResponderExcluirFico muito feliz quando alguém desperto algo bom quando escrevo!!!
ExcluirAbraço, Nana!
(A)nônimo sempre bem vindo!! ^^
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