Tudo  está acontecendo novamente, o mesmo frio na barriga, a mesma aflição o mesmo palpitar de outrora, porém com algo a mais, algo mais intenso e difícil.
É muito estranho ver como peças finalmente voltam a se encaixar e, como quem não quer nada, você aparece de repente com tão pouco a dizer. E eu que pensei, caso esse dia chegasse, que você me jogaria baldes de pedras do lago perto a sua casa, mas não, você me surpreendeu como nunca antes e isso me deixa muito intrigada. Por que todo esse tempo perdido? Eu me pergunto, pois poderíamos estar agora comemorando mais algumas primaveras, só que eu não nos permiti, pelo fato de não te conhecer, acho que nem metade do que você é eu conhecia na época, fui muito boba de pensar que você fosse só aquilo, que por mais fofo e sensível não chegava a me preencher, considerei outras histórias mais relevantes que a nossa, julguei certas conversas mais importantes do que os nossos papos.
E naquela segunda nublada eu deixei você ver partes de mim que não eram tão bonitas, quando eu disse que os seus carinhos não me valiam, quando eu falei que o seu sorriso não me parecia sincero, quando eu disse que jamais voltaria atrás na minha decisão de soltar sua mão e deixar você ir. Agora aqui como uma boba, te digo que fui uma estúpida e ainda sou, durante todo esse tempo não encontrei carinho que me aquecesse tanto quanto o seu, não encontrei gestos ou sorrisos que me fizessem brilhar mais do que você fazia, e você aí sem dizer uma palavra... Por favor, jogue tudo na minha cara e diga que eu não sirvo e que jamais te completarei novamente, diga que a beleza mostrada por mim se foi no dia que você ouviu aquelas palavras de adeus, me diz que sua história está num novo capítulo e me faz aprender a não brincar com os sentimentos dos outros, por favor me diz. Você está calado a minha frente com esse olhar que eu conheço a algum tempo e não fui capaz de esquecer, ele quer dizer "me abrace", então eu faço isso e me deixo levar pelo seu carinho e escuto baixinho: eu te perdoo, durante esse tempo vivemos outras histórias, que nos fizeram aprender, aprendi muito com o seu adeus, e certamente não sou o mesmo cara de antes, mas ainda gosto muito de você e te quero por perto e agora juntos sabemos que nós temos nosso próprio tempo, nada do que foi pode mudar, mas podemos escrever uma nova história a partir de agora, sem pensar nos outros volumes. 


P.S: Depois de assistir O homem do Futuro é impossível não parar pra pensar sobre o tempo, a história narrada acima bem que poderia ter acontecido ou está acontecendo exatamente agora numa realidade paralela, na qual os textos transformam-se em realidade, vai saber... Mas o que importa mesmo é que nenhum de nós tem o poder de mudar o que já foi feito, o que já foi dito, a única coisa a se fazer é viver o hoje de modo que o passado seja tido como aprendizado e o futuro seja algo confortável.  
O tempo de Arlequim passou e amanhã todos voltam a luta, que o ano comece verdadeiramente então e que nos traga boas histórias!

Este texto participa do desafio #034 no grupo Desafio blogueiro o tema dessa vez ficou empatado entre "Sobra tanta falta" do Teatro Mágico e " Deixei você ver partes de mim que não eram tão bonitas" da Pink.

4 Comentários

  1. Fiquei impressionada com o seu texto, o jeito que usou as palavras, porém, ele não chegou aos pés do seu P.S., muito profundo o que escreveu.

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    1. ô Carol, muito obrigada. Fico muito feliz pelo elogio! Ah e esse foi o P.S mais longo da história dos meus P.Ss! rsrsrrsrs \0

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  2. olhe...queria está na sua frente agora, iria bater palmas por uns 2 ou 3 minutos rsrs, de começo o texto deu um nó gigante na minha mente, para só dps ter o entendimento completo e eu soltar aquele ar de ahhhhh entendi rsrs, ótimo texto.

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    1. Muito obrigada, Alexandre! Você não sabe o quanto eu fico feliz com elogios assim *__*

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